A química verde foi apresentada pela primeira vez pelo cientista Mark Harrison, à época membro da Universidade de Lehigh e tem como principal pressuposto o conceito de que os elementos químicos não podem desagradar a natureza.
A implicação dessa teoria é que, na prática, as empresas e em especial as indústrias devem encontrar maneiras e aplicar métodos para o manejo das mais diversas substâncias químicas a fim de que elas não gerem resíduos prejudiciais ao meio ambiente.
A química verde e a indústria
Apesar de diferentes setores do mercado empregarem produtos químicos, a indústria é, sem dúvida, aquele que mais consistentemente realiza essa ação, uma vez que a reação entre as substâncias é desejada a fim de dar origem a novos produtos e bens de consumo.
Por isso, a química verde impacta de forma direta sua atuação, pois as emissões industriais em grande escala terminam por causar danos severos à natureza. Entretanto, essas emissões podem ser devidamente controladas por meio do manejo consciente dos produtos químicos.
Assim, para que a química verde de fato seja colocada em prática é preciso unir duas grandes do conhecimento que estão intimamente relacionadas: a química e a engenharia química, a primeira como profunda conhecedora das substâncias e a segunda de seu manejo.
Ademais, para além das indústrias, a química verde pode ser usada nas áreas da construção civil, reaproveitamento de materiais, reciclagem, tratamento de resíduos, medição de impactos ambientais, produção de energia e extração de matérias-primas.
Alguns exemplos práticos da química verde
A química verde já é uma realidade e está em consonância com as novas demandas ecológicas quem vem acendendo debates ao redor do mundo inteiro. Grandes indústrias, empresas e montadoras têm colocado em prática seus princípios através de processos inovadores:
- A montadora de veículos alemã Mercedes Benz, por exemplo, está utilizando a química verde a fim de transformar o dióxido de carbono emitido pelos escapamentos dos veículos em ar e água;
- Siderúrgicas têm aplicado a química verde a fim de despoluir seus processos e reduzir a emissão de resíduos altamente poluentes decorrentes de sua atividade industrial;
- A preferência por fontes de energia renováveis e de matérias-primas não esgotáveis é uma preocupação constante por parte de fábricas dos mais variados segmentos;
- Pouco a pouco os tradicionais solventes estão sendo abandonados em virtude de sua toxidade e da forte presença do cloro. Hoje, os solventes verdes, inócuos e biodegradáveis vêm sendo adotados em residências, empresas e indústrias;
- A BioAmber desenvolveu uma tecnologia capaz de produzir ácido succínico por meio da fermentação de matérias-primas renováveis ao invés do tradicional petróleo. Tudo isso com custo mais baixo e menor gasto energético.
O que pode ser concluído a partir disso é que a química verde traz uma série de vantagens, como redução de custos com produção e tratamento de resíduos, já que as emissões são menores, além, claro, benefícios ao meio ambiente, que é devidamente poupado.
Tudo isso garante um desenvolvimento sustentável com consequências positivas no curto e longo prazo e é possível graças ao interesse das organizações em colocar a química verde em prática e buscar soluções que aliam consciência ecológica e tecnologia de ponta.